Guarulhos

quinta-feira, 4 de outubro de 2012

Ultrapassando a deficiência

"Quando o João entra no carrinho para que sua visão fica perfeita", disse Analina, mãe de João Manuel (Foto: Arquivo/Divulgação)

Mesmo com visão subnormal, uma criança de Jaguaré, zona oeste, tem amor por corridas automobilísticas e ultrapassa seu pequeno problema ao acreditar que pode ser tornar um grande piloto de Fórmula 1. Seus presentes preferidos no Dia das Crianças sempre foram carros de corrida.  Sua deficiência não o impede de correr atrás do seu sonho, pelo contrário, o garoto ganha motivação para superar os obstáculos e realizar o seu grande desejo. 

 
João Manuel da Silva Cunha tem sete anos de idade e possui Nistagmo Congênito, doença que causou a baixa visão. De acordo com a especialista no assunto, Eliana Cunha Lima, a visão subnormal é quando a pessoa apresenta 30% de visão ou menos no melhor olho, após ter feito todas as correções (cirurgias, tratamentos clínicos e óculos comuns). “Todas as doenças que causam baixa visão não tem cura”, disse a especialista.
 
Mesmo sendo considerado um deficiente visual, João Manuel quer fazer carreira no automobilismo. “Ele não se sente diferente, ele fala que as outras pessoas que são diferentes”, afirmou Analina da Silva, mãe do garoto. Analina ainda disse que mesmo sendo uma criança de sete anos de idade, ele é “super-resolvido” com a sua deficiência. “Meu filho faz dos óculos, um acessório. Cada dia quer colocar um modelo diferente”, comenta.
Manuel é um fanático corintiano (Foto: Divulgação)
 
Mostrando garra e superação, o garoto está começando a andar de kart e prova para todas as pessoas que quem tem deficiência visual também pode viver e realizar o que tiver vontade. Questionada sobre o possível envolvimento do filho no meio automobilístico a mãe não hesitou em falar: “Se a vontade dele for essa mesma, ele vai realizar”, afirmou. Analina disse também que quando ele entra no carrinho “parece” que a visão dele volta ao normal. “Ele vai pelo sexto sentido, acho que consegue enxergar tudo ao seu redor pela vontade que tem de dirigir”.
 
Em todos os anos, os seus presentes preferidos são relacionados a carro. Seja uma pista de corrida, carrinhos de brinquedo ou dvd´s de desenhos e filmes com histórias de corrida. “Esse ano ele me pediu uma pista de corrida do Hot Wheels”, disse Analina.

Além de ser fã de automobilismo, João Manuel adora jogar futebol com o pai. Apesar de seu pai torcer pelo Atlético Mineiro, o garoto se diz corintiano fanático.
 
História
 
Apesar de morar em São Paulo, João Manuel nasceu em Minas Gerais. Depois de dez dias do seu nascimento, sua mãe, Analina da Silva percebeu que havia um tremor em seus olhos. Após a percepção, o levou ao pediatra que encaminhou o garoto ao oftalmologista. Quando foi constatado que João Manuel apresentava Nistagmo. 
 
Analina disse que até o terceiro ano de vida de João Manuel o levou em diversos oftalmologistas. “Todos os médicos alegavam que não tinha solução”, contou a mãe do garoto. Até que ela encontrou, pela internet, o doutor Alexandre, de São Paulo. Após conversas com o doutor ela decidiu largar a vida em Minas Gerais e vir a São Paulo fazer o tratamento do seu filho.
 
Fundação ajudou o tratamento João Manuel

Graças a Fundação, João Manuel é um garoto feliz e bem resolvido da sua deficiência (Foto: Arquivo/Divulgação)
 
Hoje, João Manuel faz tratamento na Fundação Dorina Nowill, que tem o objetivo oferecer, à pessoa com deficiência visual de todas as faixas etárias, tratamento adequado às suas necessidades, proporcionando condições para um desenvolvimento pleno, de acordo com seu potencial individual e suas condições sociais, educacionais e econômicas, visando a sua inclusão social.
 
Após começar o tratamento na Fundação, João Manuel mudou seu patamar de vida e agora acredita que tudo o que ele pode fazer é possível. “Antes ele tinha medo de tudo, não enxergava nada direito. Nem me conhecia, só quando eu chegava a um palmo dele”, comentou a mãe.
 
No momento, não há competições para deficientes visuais, apenas campeonatos adaptados pelo computador, que simulam uma verdadeira corrida, mas Analina da Silva comentou que se algum dia houver a possibilidade de se realizar uma corrida para deficientes será uma conquista para ela e o seu filho. “Infelizmente trabalhamos com esse impedimento, mas pra Deus nada é impossível”, comentou.

Nenhum comentário:

Postar um comentário