Guarulhos

segunda-feira, 13 de agosto de 2012

Filho de peixe peixinho é



Fábio Felipe tem cinco filhos, todos corintianos (Foro: Arquivo Pessoal)

O futebol é considerado o esporte mais popular do mundo, move milhões de pessoas e tem tudo a ver com o Dia dos Pais. Para os pais brasileiros, principalmente aqueles que são fanáticos, o maior orgulho é ver seus filhos torcendo pelo seu time de coração. A maioria deles acredita que o filho deve torcer pelo time do pai, pois é a pessoa que mais entende e gosta de futebol na família. A reportagem do Futebol e um pouco mais procurou histórias curiosas de pais que, de alguma forma, influenciaram os herdeiros a torcer pelo mesmo clube e que agora são tão fanáticos quanto eles. 

Considerada a maior torcida do Estado de São Paulo, com cerca de 25 mil torcedores, a torcida corintiana é uma das mais fervorosas e fanáticas do Brasil. Nascido no bairro do Tatuapé, zona leste da capital, o corintiano Fábio Raimundo, 33 anos, tem cinco filhos, todos corintianos. “Já posso montar um time de futsal do Corinthians”, brincou.

Segundo ele, nenhum dos seus filhos foi influenciado, diretamente, a torcer pelo Corinthians, pois a criança tem que ter amor pelo clube e não apenas influencia. “Minha parte de pai eu faço, compro a camisa e dou pra vestir”, disse o corintiano.

Outro pai torcedor fanático é o metalúrgico Kelvin Cordeiro, 32 anos. Kelvin é palmeirense e mora no bairro de São Miguel Paulista. Sua paixão pelo time alviverde vem desde o seu nascimento, quando foi influenciado pelo seu padrasto. Sua filha, a Karina Cordeiro, tem 9 anos de idade e se considera uma torcedora apaixonada pelo Palmeiras.

Karina mora com a mãe corintiana, mas se diz palmeirense fanática (Foto: Arquivo Pessoal)

Karina mora apenas com sua mãe, que torce pelo Corinthians, mas não quer saber do Timão e sempre preferiu as cores verdes. “Fico orgulhoso quando vejo minha filha dizendo que é palmeirense, mesmo morando com a mãe ela preferiu vim para o meu lado”, disse Kelvin.


Além de tudo ainda existem pais que vão além do fanatismo. O funcionário público Rogério Bello, 35 anos, é são paulino enasceu no Jaçanã. Apaixonado pelo time de Telê Santana, na década de 90, colocou no filho o mesmo nome do jogador que comandou essa equipe: Raí, um dos maiores ídolos da história do São Paulo. “É uma simples homenagem a um jogador que deu tantas alegrias aos torcedores são paulinos”, explicou. 

Primeira visita de Raí ao estádio do Morumbi (Foto: Arquivo Pessoal)

Hoje, Raí Santos Bello tem 7 anos e, segundo seu pai, a primeira palavra que ele aprendeu a ler foi ‘São Paulo’. “Em todos os lugares que a gente ia e ele via o símbolo do São Paulo ele apontava. Quando aprendeu a ler, quando via as placas dos carros de São Paulo ele me gritava. Futebol também é educação”, disse.

De alguma forma, os filhos foram influenciados

O filho mais fanático do corintiano Fábio é o Matheus Henrique, 8 anos. Em 2005, ano em que o Corinthians foi tetracampeão brasileiro, quando o pequeno Matheus tinha sete meses de vida, o pai apaixonado pelo Timão fez o corte de cabelo da criança, ‘riscadinho’, igual do argentino Tévez, ex-jogador do Corinthians e o levou ao estádio pela primeira vez, contra a Ponte Preta. 

Em 2012, Fábio levou seu filho em todos os jogos da Taça Libertadores da América, inclusive na final contra o Boca Juniors, no Pacaembu, em que o Timão sagrou-se campeão da América. “É um orgulho pra mim quando vejo meu filho com o uniforme do Corinthians, todo feliz cantando as músicas do time”, revelou Fábio.

Apesar de morar com a mãe, que torce pelo Corinthians, a palmeirense Karina sempre teve roupas e agasalhos com as cores verdes, tudo presente do pai. Em 2010, Kelvin a levou para conhecer o memorial do Palmeiras, nas dependências do Parque Antártica e a garotinha ficou ainda mais encantada com o Verdão.

O tricolor Rogério Bello, apesar de não admitir, influencia seu filho desde o nascimento quando colocou o nome do garoto de Raí. Além disso, o pequeno Raí já foi algumas vezes para o Morumbi e é matriculado na escolinha de futebol do São Paulo Futebol Clube. “Hoje posso dizer que meu filho é mais fanático do que eu. Se o São Paulo perde ele fica nervoso, se ganha, chora de alegria, mas tudo isso porque gosta e não apenas porque eu também torço”, disse.

Pais fanáticos já fizeram ‘loucuras’ pelos times de coração

Hoje, o corintiano Fábio Felipe tem 33 anos, mas quando tinha 15 anos foi, sem avisar aos pais, para o Rio Grande do Sul, assistir a final da Copa do Brasil entre Grêmio e Corinthians no estádio Olímpico. Voltou do Sul com uma tatuagem da Gaviões da Fiel na perna direita. “Esses erros que cometi, servem de exemplo para meu filho não fazer a mesma coisa. Em 2001, eu não tinha conselhos de ninguém, hoje, meu filho não pode dizer a mesma coisa”, comentou Fábio.

O pai de Matheus disse que a loucuras que já fez serve de exemplo para que o filho não faça (Fotos: Arquivo Pessoal)

O Palmeirense Kelvin Cordeiro já viajou para diversos lugares do Brasil e do interior de São Paulo para acompanhar seu time de coração. “Faço isso por amor ao Palmeiras, esse time já me alegrou demais”, comentou o palestrino.

Declarado torcedor fanático, o são paulino Rogério Bello disse que foi em quase todos os jogos do São Paulo na década de 90 e era presidente de uma torcida organizada chamada ‘Demônios do Império Tricolor’. “Espero que meu filho não faça parte de nenhuma torcida organizada e apenas torça com o coração”, contou.

Questão de educação


Apesar de serem ‘loucos’ e apaixonados pelos times de coração, os peixes educam seus filhos de forma correta e ensinam o caminho certo de como devem torcer e festejar pelos clubes.

“O melhor presente que eu posso ganhar de Dia dos Pais é que todos os meus cinco filhos possam diferenciar o certo do errado, serem educados e que não comemorem os resultados do Corinthians com vandalismo nas ruas”, disse o corintiano Fábio Felipe.

“Minha filha já é o presente que Deus me deu e ela já cresceu sabendo como é a violência hoje em dia entre torcidas de futebol. Eu apenas oriento para que ela não entre na bagunça e festeje com alegria”, falou o palmeirense Kelvin Cordeiro.

“O futebol une o mundo, é um esporte apaixonante. Que todos os pais tenham discernimento e saibam curtir os jogos com os filhos. Não suporto brigas e xingamentos entre torcidas e dentro do estádio. Eduquei meu filho com esse pensamento”, comentou o são paulino Rogério Bello.


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