Fábio Felipe tem cinco filhos, todos corintianos (Foro: Arquivo Pessoal) |
O futebol é considerado o esporte
mais popular do mundo, move milhões de pessoas e tem tudo a ver com o Dia dos
Pais. Para os pais brasileiros, principalmente aqueles que são fanáticos, o
maior orgulho é ver seus filhos torcendo pelo seu time de coração. A maioria
deles acredita que o filho deve torcer pelo time do pai, pois é a pessoa que
mais entende e gosta de futebol na família. A reportagem do Futebol e um pouco mais procurou histórias curiosas
de pais que, de alguma forma, influenciaram os herdeiros a torcer pelo mesmo
clube e que agora são tão fanáticos quanto eles.
Considerada a maior torcida do
Estado de São Paulo, com cerca de 25 mil torcedores, a torcida corintiana é uma
das mais fervorosas e fanáticas do Brasil. Nascido no bairro do Tatuapé, zona
leste da capital, o corintiano Fábio Raimundo, 33 anos, tem cinco filhos, todos
corintianos. “Já posso montar um time de futsal do Corinthians”, brincou.
Segundo ele, nenhum dos seus
filhos foi influenciado, diretamente, a torcer pelo Corinthians, pois a criança
tem que ter amor pelo clube e não apenas influencia. “Minha parte de pai eu
faço, compro a camisa e dou pra vestir”, disse o corintiano.
Outro pai torcedor fanático é o metalúrgico
Kelvin Cordeiro, 32 anos. Kelvin é palmeirense e mora no bairro de São Miguel
Paulista. Sua paixão pelo time alviverde vem desde o seu nascimento, quando foi
influenciado pelo seu padrasto. Sua filha, a Karina Cordeiro, tem 9 anos de
idade e se considera uma torcedora apaixonada pelo Palmeiras.
Karina mora com a mãe corintiana, mas se diz palmeirense fanática (Foto: Arquivo Pessoal) |
Karina mora apenas com sua mãe,
que torce pelo Corinthians, mas não quer saber do Timão e sempre preferiu as
cores verdes. “Fico orgulhoso quando vejo minha filha dizendo que é
palmeirense, mesmo morando com a mãe ela preferiu vim para o meu lado”, disse
Kelvin.
Além de tudo ainda existem pais
que vão além do fanatismo. O funcionário público Rogério Bello, 35 anos, é são
paulino enasceu no Jaçanã. Apaixonado pelo time de Telê Santana, na década de
90, colocou no filho o mesmo nome do jogador que comandou essa equipe: Raí, um
dos maiores ídolos da história do São Paulo. “É uma simples homenagem a um
jogador que deu tantas alegrias aos torcedores são paulinos”, explicou.
Primeira visita de Raí ao estádio do Morumbi (Foto: Arquivo Pessoal) |
Hoje, Raí Santos Bello tem 7 anos
e, segundo seu pai, a primeira palavra que ele aprendeu a ler foi ‘São Paulo’.
“Em todos os lugares que a gente ia e ele via o símbolo do São Paulo ele
apontava. Quando aprendeu a ler, quando via as placas dos carros de São Paulo
ele me gritava. Futebol também é educação”, disse.
De alguma forma, os filhos foram influenciados
O filho mais fanático do
corintiano Fábio é o Matheus Henrique, 8 anos. Em 2005, ano em que o
Corinthians foi tetracampeão brasileiro, quando o pequeno Matheus tinha sete
meses de vida, o pai apaixonado pelo Timão fez o corte de cabelo da criança,
‘riscadinho’, igual do argentino Tévez, ex-jogador do Corinthians e o levou ao
estádio pela primeira vez, contra a Ponte Preta.
Em 2012, Fábio levou seu filho em
todos os jogos da Taça Libertadores da América, inclusive na final contra o
Boca Juniors, no Pacaembu, em que o Timão sagrou-se campeão da América. “É um
orgulho pra mim quando vejo meu filho com o uniforme do Corinthians, todo feliz
cantando as músicas do time”, revelou Fábio.
Apesar de morar com a mãe, que
torce pelo Corinthians, a palmeirense Karina sempre teve roupas e agasalhos com
as cores verdes, tudo presente do pai. Em 2010, Kelvin a levou para conhecer o
memorial do Palmeiras, nas dependências do Parque Antártica e a garotinha ficou
ainda mais encantada com o Verdão.
O tricolor Rogério Bello, apesar
de não admitir, influencia seu filho desde o nascimento quando colocou o nome
do garoto de Raí. Além disso, o pequeno Raí já foi algumas vezes para o Morumbi
e é matriculado na escolinha de futebol do São Paulo Futebol Clube. “Hoje posso
dizer que meu filho é mais fanático do que eu. Se o São Paulo perde ele fica
nervoso, se ganha, chora de alegria, mas tudo isso porque gosta e não apenas
porque eu também torço”, disse.
Pais fanáticos já fizeram ‘loucuras’ pelos times de coração
Hoje, o corintiano Fábio Felipe
tem 33 anos, mas quando tinha 15 anos foi, sem avisar aos pais, para o Rio
Grande do Sul, assistir a final da Copa do Brasil entre Grêmio e Corinthians no
estádio Olímpico. Voltou do Sul com uma tatuagem da Gaviões da Fiel na perna
direita. “Esses erros que cometi, servem de exemplo para meu filho não fazer a
mesma coisa. Em 2001, eu não tinha conselhos de ninguém, hoje, meu filho não
pode dizer a mesma coisa”, comentou Fábio.
O pai de Matheus disse que a loucuras que já fez serve de exemplo para que o filho não faça (Fotos: Arquivo Pessoal) |
O Palmeirense Kelvin Cordeiro já
viajou para diversos lugares do Brasil e do interior de São Paulo para
acompanhar seu time de coração. “Faço isso por amor ao Palmeiras, esse time já
me alegrou demais”, comentou o palestrino.
Declarado torcedor fanático, o
são paulino Rogério Bello disse que foi em quase todos os jogos do São Paulo na
década de 90 e era presidente de uma torcida organizada chamada ‘Demônios do
Império Tricolor’. “Espero que meu filho não faça parte de nenhuma torcida
organizada e apenas torça com o coração”, contou.
Questão de educação
Apesar de serem ‘loucos’ e
apaixonados pelos times de coração, os peixes educam seus filhos de forma
correta e ensinam o caminho certo de como devem torcer e festejar pelos clubes.
“O melhor presente que eu posso
ganhar de Dia dos Pais é que todos os meus cinco filhos possam diferenciar o
certo do errado, serem educados e que não comemorem os resultados do
Corinthians com vandalismo nas ruas”, disse o corintiano Fábio Felipe.
“Minha filha já é o presente que
Deus me deu e ela já cresceu sabendo como é a violência hoje em dia entre
torcidas de futebol. Eu apenas oriento para que ela não entre na bagunça e
festeje com alegria”, falou o palmeirense Kelvin Cordeiro.
“O futebol une o mundo, é um
esporte apaixonante. Que todos os pais tenham discernimento e saibam curtir os
jogos com os filhos. Não suporto brigas e xingamentos entre torcidas e dentro
do estádio. Eduquei meu filho com esse pensamento”, comentou o são paulino
Rogério Bello.
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